quarta-feira, 16 de novembro de 2011

As bicicletas de Belleville (Les triplettes de Bellevilee) – por Fernando


As bicicletas de Belleville tem como pano de fundo a história de uma avó em busca do seu neto desaparecido, mas o filme é muito mais do que isso. Com personagens cativantes e situações muito improváveis, é uma delícia de se assistir.
Este não é um desenho por mero acaso: com pouquíssimos diálogos, toda a história é contada através de imagens, o que não me parece viável de ser feito num filme com atores reais. A forma surrealista com que o mundo é apresentado serve como uma crítica contida à sociedade moderna e acrescenta ao mesmo tempo um leve toque de bom humor. O filme é exagerado e sutil, melancólico e divertido, tudo ao mesmo tempo. Eu recomendo!



terça-feira, 15 de novembro de 2011

As bicicletas de Belleville (Les triplettes de Belleville) – Por Júlia

        As bicicletas de Belleville é um a animação e como tal tem algumas particularidades comuns ao gênero que tornam difícil fazer uma análise. Que falar da história? Uma vó, seu neto e seu cachorro, o neto que se mostra fascinado pelo ciclismo e uma vó que faz de tudo para que os sonhos e desejos do neto se realizem, ambos sempre acompanhados pelo simpático cãozinho.
         Tudo vai bem quando em meio a uma competição o rapaz se vê envolto em uma situação que leva a todos, o cão, a vó e o neto, a atravessar o mundo numa série de divertidas aventuras que acompanhamos com absoluto deleite. Tudo com um ar de fantástico e imagens carregadas na caricaturização que tornam a história atraente e envolvente.
          Como disse, tudo é caricato e deste modo o filme traz muitas críticas à sociedade competitiva em que vivemos, à forma como são tratados e como vivem os atletas – mostrados como verdadeiros cavalos de competição – e ao modo como nós consumimos o esporte. Enfim, embora divirta o filme é, sob muitos aspectos, um triste retrato deste mundo em que vivemos, no qual o esporte nada possui do ideal de saúde, de um corpo são e muito menos de uma mente sã.
           Antes de finalizar meu comentário não posso deixar de dizer, o cão é o personagem mais carismático e simpático que vi em muito tempo.
         Avaliação: Divertimento garantido, apenas sugiro paciência aos menos habituados ao gênero

Gigantes de aço (Real steel) – Por Júlia



             Com uma premissa interessante e efeitos especiais bem feitos e usados na medida certa Gigantes de aço diverte e é entretenimento certo. A história gira em torno de Charlie (Hugh Jackman) um sujeito que fora boxeador mas que, no futuro no qual se passa o filme, atua nas lutas de boxe controlando um robô gigante – os robôs ao qual se refere o título em português. Neste futuro próximo robôs substituem os seres humanos nas lutas de boxe, as quais, deste modo, tornam-se mais violentas e bastante destrutivas, pois continuam até um dos participantes estar totalmente destruído – na verdade, na minha opinião, não ficam muito longe das lutas de “vale tudo” e “ufc” tão na moda hoje em dia.
          Com este pano de fundo o filme trata do envolvimento repentino de Charlie com seu filho, que lhe é praticamente um desconhecido e com o qual tem que lidar após a morte repentina da mãe. Dois desconhecidos que se veem forçados ao convívio e que aprenderão a se conhecer e se gostar com o tempo ao longo das viagens que farão atrás de lutas. Quem lembrou de “Falcão: o campeão dos campeões” com Sylvester Stallone não se enganou, pois em vários momentos os filmes me pareceram muito semelhantes.
            O filme certamente diverte com uma história que se sustenta e efeitos bem aplicados, peca apenas por diversos momentos melodramáticos, com muitas breguices desnecessárias e extremamente melosas.
               Avaliação: Feche os olhos e tapes os ouvidos nos momentos melosos sem sentido e certamente terá um divertimento de primeira.

domingo, 6 de novembro de 2011

O preço do amanhã (In time) – Por Júlia



          O filme tem seu desenrolar em um futuro no qual as pessoas são “programadas” desde o nascimento para viverem 25 anos. Após este período todos tem mais um ano de vida, mas este ano funciona como moeda, com ela tudo é negociado e, assim como o dinheiro, pode-se ganhar mais ou perder tudo, e no caso ter uma morte súbita. Com este pano de fundo o filme gira em torno de Will Salas (Justin Timberlake) e sua luta para conseguir mais tempo de vida para si mesmo e para distribuir para a população miserável da qual faz parte. Espécie de Robin Hood moderno distribuindo mais tempo de vida para os pobres.
           O diretor Andrew Niccol teve, na minha opinião, muito mais êxito em outro filme seu, Gattaca: a experiência genética (aliás filme que eu recomendo e quem sabe fale dele qualquer hora). Em Gattaca vivemos um futuro onde as crianças tem seu DNA manipulado antes do nascimento para possuírem as características desejadas por seus pais, criando um mundo de “válidos”, manipulados geneticamente, e “inválidos”, nascidos sem manipulação. A história é bem estruturada e a narrativa envolvente. É um futuro, em boa medida, no qual vemos alguma possibilidade de vir a existir.
          Já em O preço do amanhã – na verdade uma metáfora de como funcionam as sociedades de classe, alguns têm dinheiro, ou propriedades, ou poder religioso, outros não têm, é claro por que são explorados pelos poucos privilegiados – a ideia de tempo de vida como moeda, que cada um carrega no próprio organismo, não funciona, não é crível, parece muito artificial. E todo o filme não funciona por girar em torno desta ideia pouco viável, tudo é forçado para torná-la crível, o funcionamento da força policial é simplesmente risório. Enfim, tem algo que não se encaixa e tudo que sobra é a história de romance do casal central, e vamos encarar os fatos Justin Timberlake é um cara bonito, simpático e apetitoso, ele se esforça na atuação, mas não sustenta um filme que basicamente gira em torno de sua presença.
          Avaliação: Não vale a pena ir ao cinema, procure por outro filme e espere este passar na Sessão da tarde

O preço do amanhã (In time) - por Fernando




A idéia principal é até interessante: as pessoas passam a nascer com relógios marcadores impregnados no corpo. Aos 25 anos esses relógios passam a contar regressivamente, e se o relógio zera, a pessoa morre. O tempo de vida passa a ser a moeda corrente, e como é de se esperar, enquanto alguns lutam dia a dia pelo tempo para sobreviver ao amanhã, outros têm a eternidade em suas mãos e podem viver para sempre.

O filme pode até funcionar como crítica à sociedade, mas deve um pouco no critério diversão. É a típica história de Robin Hood, mas numa visão do futuro: garoto pobre do gueto passa a roubar tempo dos ricos para distribuir aos mais pobres. O filme acaba explorando muito pouco o sentimento humano com relação a ter tão pouco tempo de vida em suas mãos. O foco da história acaba sendo o romance entre o rapaz e a filha de um magnata, que se rebela contra o pai e a vida de princesa aprisionada que leva e passa a ajudar o rapaz em sua missão, e as perseguições dos "guardiões do tempo" ao casal em fuga. O lado do bem e do mal fica muito bem definido (como em todo típico filme americano): o mocinho é 100% bondade, incapaz de qualquer ato mais grave de violência ou covardia, enquanto os vilões não têm o menor escrúpulo ou piedade.

Na minha opinião o filme é assistível, mas não é a melhor opção de entretenimento. Regular!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A Hora do Espanto (Frigth Nigth) - por Fernando

Por se tratar de uma regravação, acho bom deixar claro um ponto: Júlia é uma grande fã do filme original, eu não. Não que eu o considere ruim, não sou fã simplesmente porque nunca o vi. Lembro-me que até o alugamos uma vez, alguns anos atrás, mas não cheguei a assisti-lo até o final. Dito isso deixo claro que minha opinião não leva em conta qualquer tipo de comparação ao original.
Sem qualquer base para comparação digo que gostei muito do filme. Uma história sem grande complexidade: trata-se de um adolescente que descobre que o novo vizinho é na verdade um vampiro impiedoso, a fim de transformar em morto-vivo todos que aparecem pela frente. O adolescente, a fim de garantir que ele, sua mãe e sua namora não sejam as próximas vítimas, resolve então enfrentar o dentuço, embora coragem não seja seu forte. O roteiro tem um bom desenrolar, com tempo para um pouco de romance e muito sangue.
O filme flutua entre o terror, a comédia e a ação, e agrada em todos os três gêneros. Não é um terror do tipo que faz com que a gente passe a noite toda morrendo de medo de se levantar para ir até o banheiro, mas traz boas situações de fazer pular da cadeira. Nem chega a ser uma comédia do tipo que te faz gargalhar, mas as paspalhices do protagonista e de alguns outros personagens chaves divertem o tempo todo. O filme é distração garantida. Eu recomendo!

A hora do espanto (Fright night) – Por Júlia

          A nova versão de A hora do espanto revela-se uma boa surpresa para aqueles como eu que só viram o filme original da década de 80 há poucos anos atrás – mesmo assim fiquei fã do original. Afinal, os efeitos especiais usados na década de 80 decepcionam muito pessoas das gerações mais recentes. A regravação mantem a atenção e é capaz de proporcionar até mesmo alguns bons sustos.
           Sobre a  história não  é preciso falar muito, vampirão (Jerry) se muda para casa vizinha a de um adolescente (Charlie), que vive com sua mãe. O garoto descobre qual a verdadeira faceta do sujeito e vê a si mesmo, além de sua mãe e namorada ameaçados pelos caninos do vizinho. Na sua jornada contra o dentução consegue a ajuda de um famoso “místico” da TV (Peter Vincent) que se diz especialista nos sangue sugas.
            O filme contem bons momentos de humor e consegue sustentar situações de terror, certamente é um bom entretenimento. A versão 2011, no entanto, embora muito melhor nos efeitos especiais perde muito para o filme original com relação a história e a amarração do enredo. Em diversas situações a história não tem a continuidade e coerência desejadas, por momentos parece que é contada de forma apressada e entrecortada. Contém também explicações sem nexo para algumas ações e situações. Enfim, o roteiro não é tão bem acabado e a história não é tão bem contada quanto no original.
             A história se perde também em boas histórias paralelas desperdiçadas e mal exploradas. Acredito que isto se deva a correria do roteiro. O amigo de Charlie que acaba mordido por Jerry, por exemplo, é muito melhor explorado no original sendo responsável por diversos momentos cômicos. O próprio Peter Vincent é outro personagem interessante que poderia ter sua trajetória no filme melhor desenvolvida.
            Avaliação: Bom, entretenimento garantido