domingo, 6 de novembro de 2011

O preço do amanhã (In time) – Por Júlia



          O filme tem seu desenrolar em um futuro no qual as pessoas são “programadas” desde o nascimento para viverem 25 anos. Após este período todos tem mais um ano de vida, mas este ano funciona como moeda, com ela tudo é negociado e, assim como o dinheiro, pode-se ganhar mais ou perder tudo, e no caso ter uma morte súbita. Com este pano de fundo o filme gira em torno de Will Salas (Justin Timberlake) e sua luta para conseguir mais tempo de vida para si mesmo e para distribuir para a população miserável da qual faz parte. Espécie de Robin Hood moderno distribuindo mais tempo de vida para os pobres.
           O diretor Andrew Niccol teve, na minha opinião, muito mais êxito em outro filme seu, Gattaca: a experiência genética (aliás filme que eu recomendo e quem sabe fale dele qualquer hora). Em Gattaca vivemos um futuro onde as crianças tem seu DNA manipulado antes do nascimento para possuírem as características desejadas por seus pais, criando um mundo de “válidos”, manipulados geneticamente, e “inválidos”, nascidos sem manipulação. A história é bem estruturada e a narrativa envolvente. É um futuro, em boa medida, no qual vemos alguma possibilidade de vir a existir.
          Já em O preço do amanhã – na verdade uma metáfora de como funcionam as sociedades de classe, alguns têm dinheiro, ou propriedades, ou poder religioso, outros não têm, é claro por que são explorados pelos poucos privilegiados – a ideia de tempo de vida como moeda, que cada um carrega no próprio organismo, não funciona, não é crível, parece muito artificial. E todo o filme não funciona por girar em torno desta ideia pouco viável, tudo é forçado para torná-la crível, o funcionamento da força policial é simplesmente risório. Enfim, tem algo que não se encaixa e tudo que sobra é a história de romance do casal central, e vamos encarar os fatos Justin Timberlake é um cara bonito, simpático e apetitoso, ele se esforça na atuação, mas não sustenta um filme que basicamente gira em torno de sua presença.
          Avaliação: Não vale a pena ir ao cinema, procure por outro filme e espere este passar na Sessão da tarde

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